ACADEMIA MIDIÁTICA

17 maio 2007

CRÔNICA

CRÔNICA - ANINHA E LEONARDO


Vou contar hoje a história de Aninha e Leonardo. Aninha foi resgatada num esgoto próximo ao mercado da Piçarra com mais dois irmãos. Leonardo sobreviveu quase um mês no forro da laje de uma casa sem comer quando foi abandonado pela mãe. Uma semana depois de encontrada, mais dois irmãos seus foram descobertos e doados para uma família.
Aninha depois de resgatada foi banhada com os dois irmãos e tiveram que ficar escondidos entre tijolos apara escapar das vassouradas de quem não era simpática a presença deles. Já o Leonardo esquelético, devorava leite, carne de frango e clara de ovo. Ainda jovem teve que passar pelo pânico de enfrentar a ira que o Bolinha tinha deste tipo de espécie. Com o tempo ficaram amigos, mas agora andam meio afastados por conta da presença do Bob o mais novo e quase amigo do Bolinha, porém atroz inimigo do Leonardo. Leonardo não esquenta muito porque acha o Bob meio sem personalidade. Ele atende por qualquer nome que o chamarem. Outro dia disseram “TED” ele atendeu rápido, “JONH”, ele correu, logo disseram que ele seria a reencarnação dos irmãos Kennedy.
Aninha tinha tanta fome que se tremia toda quando ia comer. Hoje já adulta pratica o mesmo expediente e consegue chamar a atenção de suas aias.
Já o Léo desenvolveu uma virilidade precoce e não poupava nem o travesseiro de sua guardiã. Era um taradinho. Mas hoje tem estado mais manso só come mesmo o sofá embora tenha desenvolvido um miado quase compreensível na língua portuguesa.
Aninha perdeu os dois irmãos de forma drástica. Uma coelha achou que os pequenos eram culpados pela morte de seus filhotes e passou a unha neles. Um foi partido quase ao meio. Costurado sobreviveu oito dias. No nono dia... pimba. Bateu as patas.
Leonardo passou a se envolver com brigas e a chegar de olho roxo e rabo murcho pela manhã, foi castrado para ver se pegava um peso e deixava as gatas em paz. Aninha também não tem mais ovários.
Aninha e Leonardo nunca se viram, namoraram ou coisa parecida, mas ambos são sobreviventes aos milhões de gatinhos abandonados em beira de esgoto ou jogados à própria sorte. Perfeitamente adaptados a nova forma de vida eles são gatos que adoram um carinho, mas só quando procuram.
Adoram os donos desde que providos de alimentos e não podem ver um carambolo dando sopa. Ficam num ritual com a patinha e quando o bichinho tenta se desvencilhar eles jogam o bicho para cima, mordem a cabeça deles, fazem cara de amargo e botam a patinha peluda em cima dos desgraçados. O bicho fica ali estressado e se fingindo de morto. Quando tenta de novo é arremessado novamente. Até que finalmente eles morrem e os gatos se afastam para comer algo melhor porque carambolo só serve mesmo, para eles, para certa e cruel diversão.
Assim vivem Léo e Aninha que entre o um prato e outro caem em sono profundo. Um no travesseiro da dona ou no sofá da sala a outra detrás do freezer ou em cima da caixa d`água. Eita vidinha mais ou menos.
Qualquer dia eu conto sobre a gata cega, o que mia fino e a de olhos de duas cores.



3 Comments:

At 10:01 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Hum, adoro gatos! Tive vários, mas o que mais gostava era o Félix, cego com tiro de chumbinho ao tentar almoçar os pombos do vizinho... rsrs. São traquinas, inconstantes, mas tão divertidos e carinhosos! Meu sonho de consumo é um enorme persa, pra enroscar nos meus pés daquele jeitinho que só os gatos sabem fazer. Beijos, Jac!

 
At 4:01 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Que lindo texto tia!...Salvem os gatinhos!!...XEROS

 
At 10:07 da manhã, Blogger Alícia Melo said...

A Hanninha não foi achada, mas é desse jeito.. com e dorme. ,D

 

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